DIABETES

O Diabetes Mellitus (DM) é na atualidade um dos mais sérios problemas de saúde. De acordo com a International Diabetes Federation (IDF, 2016), para a faixa etária de 20 a 79 anos, existem 386,7 milhões de pessoas portadoras de diabetes no mundo. O número de pessoas portadoras da doença é crescente em todos os países. Ainda, cerca de 50% dos portadores desconhecem sua condição e o Brasil ocupa a 4ª posição entre os países com maior prevalência, com uma estimativa de 13,4 milhões de diabéticos, o que corresponde a aproximadamente 6,5% da população nesse subgrupo etário.

O Diabetes mellitus se destaca na atualidade entre as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) devido à sua expansão e morbimortalidade, particularmente nos idosos, principais usuários de medicamentos e mais susceptíveis ao seu uso inadequado, à polifarmácia e às interações medicamentosa.

O Diabetes mellitus é uma doença multissistêmica, de origem metabólica, que tem como principal característica a hiperglicemia sérica. É caracterizada pela secreção insuficiente de insulina pelas células β do pâncreas e/ou respostas teciduais diminuídas nas vias de ação deste hormônio.

A maior prevalência de diabetes mellitus nos idosos relaciona-se à disfunção da célula beta, com menor produção da insulina e da resistência a esta, também frequente no idoso em função das mudanças corporais que ocorrem com o envelhecimento.

O diabetes pode ser classificado nas seguintes categorias gerais: Diabetes mellitus Tipo 1, Diabetes mellitus Tipo 2 e Diabetes mellitus gestacional (DMG)

O Diabetes mellitus tipo 1 é o tipo mais agressivo, causa emagrecimento rápido. Ocorre na infância e adolescência. Causa destruição auto-imune das células β das Ilhotas de Langerhans. Auto-anticorpos contras as células β contra insulina, contra os tecidos glutâmico descarboxilase, contra tirosina fosfatase. O individuo não tem produção de insulina, a glicose não entra nas células e o nível de glicose no sangue fica aumentado. Nesta doença existem alterações no metabolismo de hidratos de carbono, lipídios e proteínas, assim como alterações estruturais em diversos sistemas orgânicos incluindo microangiopatia (retinopatia, nefropatia e neuropatia) e macroangiopatia (doença coronariana, insuficiência arterial periférica, etc.).

O Diabetes mellitus tipo 2 é uma doença crônica desencadeada pela resistência celular à insulina, podendo gerar uma paralisação funcional das células secretoras de insulina. O Diabetes mellitus tipo 2 doença compreende cerca de 90% a 95% dos portadores de Diabetes. Para que não haja um aumento excessivo no índice glicêmico, fator consequente da doença, alguns cuidados tornam-se necessários para a saúde dos portadores, tais como a prática de exercícios físicos.

A maior prevalência de Diabetes mellitus tipo 2 relaciona-se à disfunção da célula beta, com menor produção da insulina e da resistência a esta, também frequente no idoso em função das mudanças corporais que ocorrem com o envelhecimento.

O Diabetes mellitus gestacional (DMG) é diagnosticado no segundo ou terceiro trimestre da gravidez que não foi declarado antes da gestação.  Definido como qualquer grau de intolerância à glicose que foi reconhecido pela primeira vez durante a gravidez, independentemente de a condição ter parado na gravidez ou persistido após a gravidez.

Existem outras causas que levam ao desencadear do Diabetes mellitus. As monogênicas síndromes de diabetes (como diabetes neonatal e diabetes de início da maturidade dos jovens [MODY]), doenças do pâncreas exócrino (como fibrose cística) e diabetes são induzidas por drogas ou produtos químicos (como o uso de glicocorticóides, no tratamento HIV / AIDS, ou após o transplante de órgãos).

Há casos em que o Diabetes mellitus é induzido por medicamentos ou químicos que prejudicam a secreção de insulina. Essas drogas podem não causar diabetes por si mesmas, mas podem precipitar diabetes em indivíduos com resistência à insulina. Nesses casos, a classificação não é clara porque a sequência ou importância relativa da disfunção das células β e da resistência à insulina é desconhecida. Certas toxinas, como pirinuron (um veneno de rato) e pentamidina intravenosa, podem destruir permanentemente as células β pancreáticas. Tais reações medicamentosas são, felizmente, raras. Existem também muitos medicamentos e hormônios que podem prejudicar a ação da insulina, como por exemplo o ácido nicotínico e glicocorticoides.

REFERÊNCIAS

LOYOLA FILHO, A.L.; UCHOA, E.; LIMA-COSTA, M.F. Estudo epidemiológico de base populacional sobre uso de medicamentos entre idosos na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Cad Saude Publica, v.22, n.12, p.2657-2667, 2016.

PRADO, M.A.M.B, Diabetes em idososuso de medicamentos e risco de interação medicamentosa. Ciênc. saúde coletiva [online], v.21, n.11, p.3447-3458, 2016.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Diabetes Gestacional. [S. l.]: Clannad, 2019.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes. [S. l.]: Clannad, 2019.

SOUZA, C.L.; OLIVEIRA, M.V. Fatores associados ao descontrole glicêmico de diabetes mellitus em pacientes atendidos no Sistema Único de Saúde no Sudoeste da Bahia. Cad. saúde colet. Rio de Janeiro, v. 28, n. 1, p. 153- 164, mar. 2020.

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